estamos a terminar mais um ano, e mesmo nestes últimos dias, plena lua cheia! Não posso ignorar o efeito de toda a luminosidade, entre outros, e com tamanha intensidade, é mesmo impressionante.
De acordo com o calendário da civilização Maya, já iniciámos um novo ciclo, entramos no 5º sol, não sei se se pode traduzir assim. Segundo li, entramos numa fase de conciliação nos humanos e na natureza. Isto são boas noticias.
Quanto a mim, pessoalmente, sinto-me numa fase com um relativo equilíbrio, ainda que tenha começado com um dedo partido e o pulso estafado, há um equilíbrio em mim e no que me rodeia.
Os últimos anos foram quase um retiro espiritual, quase porque mantive a minha ligação à civilização através da minha profissão. Quanto a mim própria foi mesmo um estado de retiro espiritual, rodeada essencialmente pela natureza. Fiz imensas amizades: duas águias, 1 loba,1 mocho, pássaros de diversas espécies, desde andorinhas, garças, piscos, e outros que desconheço o nome, montes de coelhinhos, codornizes, entre outros animais que passam ou andam por estas bandas. Senti o vento matinal que me traz a energia para o dia, a chuva que me lava os sentimentos e o cheiro da terra molhada, entre os perfumes incríveis de montes cobertos por diversas flores que cobrem os kms mais próximos na primavera. Ouvi o som dos trovões, vi a luz dos relâmpagos nas trovoadas que deixam uma limpeza de cores vivas e puras no ar que fica a seguir à tempestade. Descansei ao som das folhas a dançar ao sabor do vento e olhei para o céu, onde as nuvens desenham o que a minha imaginação me permitiu ver e inventar, entre as formas recortadas dos troncos de árvores com anos de vida que o tempo se esqueceu de contar. Troquei olhares sinceros com os meus fiéis guardiões que me reconfortaram nos momentos em que me parecia que nada fazia sentido.
A tudo o que me rodeou e encorajou, ensinou e comprovou que este é o caminho onde encontro o mais profundo da minha essência, agradeço todos os momentos.
Mas, naturalmente, não posso deixar de referir o meu descendente, que me traz muitas inquietações e perguntas, o que me faz também um ser melhor, porque não podemos ficar agarrados ao que conhecemos. É importante e fundamental sair do nosso universo para nos abrirmos a outros conhecimentos e experiências... os resultados vêm mais tarde, e há que ter alguma confiança no percurso genético e na nossa vida.
De igual forma, terei que referir a minha mãe que me ouve e pacientemente me ajuda a descobrir as melhores opções ao longo das nossas tão ternas e enriquecedoras conversas, ao meu pai que está numa fase omnipresente e a quem eu peço para me dar forças e sabedoria para percorrer esse trilho que é a vida.
Claro, as minhas irmãs, que reciprocamente vamos ajudando neste trilho.
E as demais pessoas, umas conhecidas, outras desconhecidas, que nos cruzam o trilho, e também estas, direta ou indiretamente, de forma mais ou menos agradável, vão contribuindo para as referências a reconhecer para quando tenho que tomar decisões.
Uma das frases que mais gostei em mim foi uma que dizia não tenho a ambição de querer nada na vida, mas não vou perder pitada do que a vida me proporcionar...