Monday, January 29, 2007

a procurar...


sao pequenos grandes momentos que me fazem continuar nesta corrida lenta, entre tropeções e quedas mais ou menos aparatosas, confrontos diários e permanentes entre o que sou e o que vivo, faço um esforço herculiano para me fazer entender, procuro aprender essa linguagem simples do olhar animal, vivo o frio e a chuva como exercício fisiológico na ascensão a um estado superior de corpo e alma... tudo tao fugaz, tudo tao fragil, tudo tão ilusório... como cada momento em que expiramos num desabafo da alma cansada de tanto procurar...
fugi para aqui e para o mar, continuo a fugir para ali e para a montanha, numa procura constante do meu eu, que remonta aos antepassados, à história dos humanos...
procuro, procuro... encontro fragmentos de mim... tento uni-los numa peça única, e sempre falta alguma...
A coerencia, minha ambição, tao dificil de encontrar... e continuo a procurar
porque fugir, nao assumo!
É aqui também que me encontro, ao recordar o dia que vivi, e outros mais distantes, nao menos vincados em mim...
Encontro-me nesse olhar profundo e pleno, que me ilude com aparencia de besta animal, numa gentileza e generosidade sem igual... és tu quem me ensinas estes segredos, e outros que estou por descobrir... es tu, que outrora homem foste, me ajudas a conhecer-me pela tua natureza bestial...
Venero-te, ser sublime, diria, quase perfeito... nao fora a nossa condição a de sujeição à nossa propria natureza...
Fico-te grata pelo tao nobre sentimento que em mim geras, ao sentir-me ser mitologico, qual centauro de fábula infantil... um centauro com poderes interminaveis de fazer o bem...
Olho para ti, e os nossos olhos fundem-se na mesma lágrima de saudade... e triste, sorrio com uma felicidade interminavel...

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