Sunday, April 1, 2007

Arte. Paixão. Engenho.


sinto-me previligiada por poder sentir a linguagem dos animais como minha linguagem também... admiro esses seres simples, nobres, puros nos seus sentimentos, generosos... admiráveis bestas!

O meu Mestre de equitação, D. José de Atayde, que me lançou nos primeiros passos da arte equestre disse-me uma vez: « se Deus montasse o cavalo nao precisava de ser ensinado, pois as ajudas seriam tão perfeitas que o cavalo entenderia na perfeição o que lhe era pedido», e esta foi a grande chave que me revelou nesta arte, que requer acima de tudo, uma sensibilidade extrema no sentido de perceber o que o cavalo nos dá e nos pede, para, desta forma, lhe pedirmos de uma forma justa e equilibrada os movimentos na sua naturalidade e amplitude muito próximas da perfeição.. é claro que só entende isto que escrevo quem sente a equitação como uma arte. Dizia-me um amigo meu, cavaleiro, que o saudoso Mestre Nuno Oliveira, nao fazia hipismo (modalidade desportiva) mas sim arte equestre, porque esta nao podia ser planeada, tinha que ser sentida no momento. Pura verdade... para alguns, naturalmente.

Estou no príncipio de uma caminhada, e nao sei para onde vou... mas sei ao que vou. Caminho ao encontro da mais profunda forma de sentir a vida. Arte, Paixão, Engenho. Foram as palavras que me ocorreram depois de uma feliz aula com o meu Mestre, no dorso do venerável Conde, um cavalo de vinte e tais anos, com muito ensino, branco, generoso, que me deu as primeiras sensações de cavaleira.

Arte. Paixão. Engenho. É como definiria eu, aprendiz de equitação, esta arte... Arte pela sensibilidade que nos desenvolve. Paixão pelo sentimento que se cria por tanta nobreza de animal. Engenho pela besta de potencia e harmonia que é o cavalo.



No comments: