estou de volta...
já há muito tempo que não escrevia, não tenho tido muito tempo para respirar, sim, claro, para escrever é preciso respirar, saber respirar bem, profunda e lentamente, sentir o ar fresquinho invadir o nosso corpo e sentir o ar quentinho a sair do nosso corpo, deixando-nos muito leves...
escreveram alguns entendidos que existem três níveis respiratórios, designadamente, um nível superior ou clavicular, um nível médio ou diafragmático e um nível inferior ou abdominal. Quando tomamos consciência e exercitamos estes três níveis respiratórios ficamos com uma capacidade de oxigenação incrivel. Quando isso não acontece, a capacidade respiratória fica completamente atrofiada, em muitos porcento...
Quando passamos por estados de desorganização moral, a respiração é um dos primeiros factores a se desorganizarem também, com as respectivas consequências...
respirar em plenoarlivre é crucial!
Thursday, January 15, 2009
Monday, July 9, 2007
ao ritmo do vento e do sol

finalmente, chegou uma das fases que mais aprecio e anseio na minha vida: férias da escola!!! Entrei no ritmo do vento e do sol, entre outros elementos da natureza... fascínio total!
Nota: também adoro dar aulas... só o ritmo é que me faz mal...
Estou numa caminhada para o reencontro do Homem Biológico. O problema é a incompatibilidade que se gera com o ritmo de vida actual, que é exactamente o oposto... Passo a explicar: sinto como se tivesse no meio de uma recta infinita, estou no meio e tenho duas direcções opostas para seguir: uma conduz-me à embriaguez dos sentimentos, ao corropio da rotina, às modas do pensamento e das aparências, ao querer desenfreado e sem sentido, à solidariedade por interesse e egoísta, a uma existência mesquinha, desprovida de essência, moldada pelas grandes potencias económicas... outra conduz-me aos sentimentos apurados, ao ritmo do sol e da lua, ao pensamento e aparência viva nas ocasiões presentes, a um não querer sem no entanto não desperdiçar pitada de forma de vida, a uma solidariedade justa na medida da sobrevivência e natural coexistencia, a uma existência plena, movida pela essencia interior de cada individuo, moldada pelo seu sentido único e pessoal, que nos torna seres excepcionalmente providos de autenticidade e harmonia na forma de viver...
o grande desafio é manter-me no meio desta recta, sabendo de antemão que é minha condição neste momento do universo viver na primeira direcção da recta, tendo por referência, obrigatoriamente, a direcção da segunda...
brincando com as palavras: estou em fase terrena, mas nao me posso esquecer que a minha essencia é divina...
Nota: também adoro dar aulas... só o ritmo é que me faz mal...
Estou numa caminhada para o reencontro do Homem Biológico. O problema é a incompatibilidade que se gera com o ritmo de vida actual, que é exactamente o oposto... Passo a explicar: sinto como se tivesse no meio de uma recta infinita, estou no meio e tenho duas direcções opostas para seguir: uma conduz-me à embriaguez dos sentimentos, ao corropio da rotina, às modas do pensamento e das aparências, ao querer desenfreado e sem sentido, à solidariedade por interesse e egoísta, a uma existência mesquinha, desprovida de essência, moldada pelas grandes potencias económicas... outra conduz-me aos sentimentos apurados, ao ritmo do sol e da lua, ao pensamento e aparência viva nas ocasiões presentes, a um não querer sem no entanto não desperdiçar pitada de forma de vida, a uma solidariedade justa na medida da sobrevivência e natural coexistencia, a uma existência plena, movida pela essencia interior de cada individuo, moldada pelo seu sentido único e pessoal, que nos torna seres excepcionalmente providos de autenticidade e harmonia na forma de viver...
o grande desafio é manter-me no meio desta recta, sabendo de antemão que é minha condição neste momento do universo viver na primeira direcção da recta, tendo por referência, obrigatoriamente, a direcção da segunda...
brincando com as palavras: estou em fase terrena, mas nao me posso esquecer que a minha essencia é divina...
Thursday, April 26, 2007
despropósito actual
Fico estupidamente perplexa com situações cada vez mais banais que enfrento com os jovens estudantes... sinto-me uma professora daquelas muito chatas.. mas, de facto, não consigo ficar indiferente e passiva perante certas coisas, vai daí, lá tou eu a chatear os miudos...
tivemos cinco dias de jogos entre as escolas do concelho organizados pela câmara municipal. Seria ótimo... promove as modalidades desportivas, o encontro entre escolas, tudo muito positivo.
Mas os detalhes... essses... enfim. No meu entender, este tipo de jogos serviriam para promover o espírito desportivo, o desporto para todos, por em prática a formação cívica, por aí... surpreendentemente (para mim...) não será bem assim, afinal está mais presente o ganhar a todo custo, um género de vale tudo, muito próximo do espírito de sobrevivência e concorrência próprios da civilização actual: alto rendimento a todos os níveis (até do abominável..).
Fico a pensar no despropósito das minhas observações feitas aos alunos ( a todos, pois... afinal sou professora, nao me preocupo somente com os meus alunos, mas com os jovens em geral). Despropósito porque nao consigo deixar de reclamar príncipios e valores que me foram legados pelos pais e professores que se cruzaram (felizmente) no meu percurso de vida. Despropósito porque, ao que me pareceu, não são estes os príncipios e valores promovidos actualmente. De facto, para vencer na vida hoje em dia, estes príncipios são inadequados. Qual jogo limpo, assim nao ganhamos... qual desporto para todos, levamos os melhores (os que já jogam nas equipas do desporto escolar e dos clubes... o mérito não é nosso, mas não interressa, ganhamos..), qual espirito desportivo, o espirito competitivo é que dá para ganhar... etc, etc.
Quanto ao espirito promovido nos clubes, eu não comento... afinal esses têm compromissos com os patrocinadores... Quanto ao espirito promovido na escola... bem, era suposto formarmos os adultos de amanhã, cidadãos... No entantanto, nomadamente o desporto escolar funciona como uma espécie de alternativa para os menos bem sucedidos nos clubes (professores e alunos, pois..). Quando a escola devia ser previligiada na promoção dos tais valores e príncipios morais, são muitas vezes os próprios encarrgados de ducação a ficar muito indignados quando questões de ordem moral se elevam diante de questões de rndimento escolar.
Quando entreguei as medalhas aos 1ºs classificados na modalidade de futebol, dei-lhes os sinceros parabéns e acrescentei: voces são excelentes jogadores, mas gostaria que fossem também excelentes pessoas... sorriram... mas não sei se perceberam a mensagem. Um deles respondeu: ó stôra, o futebol é um jogo para Homens... eu percebi o que ele me disse e fiquei sinceramente preocupada sobre o tipo de sociedade que estamos a criar... mas isto sou eu que estou numa fase de despropósito actual relativamente aos valores e príncipios morais.
tivemos cinco dias de jogos entre as escolas do concelho organizados pela câmara municipal. Seria ótimo... promove as modalidades desportivas, o encontro entre escolas, tudo muito positivo.
Mas os detalhes... essses... enfim. No meu entender, este tipo de jogos serviriam para promover o espírito desportivo, o desporto para todos, por em prática a formação cívica, por aí... surpreendentemente (para mim...) não será bem assim, afinal está mais presente o ganhar a todo custo, um género de vale tudo, muito próximo do espírito de sobrevivência e concorrência próprios da civilização actual: alto rendimento a todos os níveis (até do abominável..).
Fico a pensar no despropósito das minhas observações feitas aos alunos ( a todos, pois... afinal sou professora, nao me preocupo somente com os meus alunos, mas com os jovens em geral). Despropósito porque nao consigo deixar de reclamar príncipios e valores que me foram legados pelos pais e professores que se cruzaram (felizmente) no meu percurso de vida. Despropósito porque, ao que me pareceu, não são estes os príncipios e valores promovidos actualmente. De facto, para vencer na vida hoje em dia, estes príncipios são inadequados. Qual jogo limpo, assim nao ganhamos... qual desporto para todos, levamos os melhores (os que já jogam nas equipas do desporto escolar e dos clubes... o mérito não é nosso, mas não interressa, ganhamos..), qual espirito desportivo, o espirito competitivo é que dá para ganhar... etc, etc.
Quanto ao espirito promovido nos clubes, eu não comento... afinal esses têm compromissos com os patrocinadores... Quanto ao espirito promovido na escola... bem, era suposto formarmos os adultos de amanhã, cidadãos... No entantanto, nomadamente o desporto escolar funciona como uma espécie de alternativa para os menos bem sucedidos nos clubes (professores e alunos, pois..). Quando a escola devia ser previligiada na promoção dos tais valores e príncipios morais, são muitas vezes os próprios encarrgados de ducação a ficar muito indignados quando questões de ordem moral se elevam diante de questões de rndimento escolar.
Quando entreguei as medalhas aos 1ºs classificados na modalidade de futebol, dei-lhes os sinceros parabéns e acrescentei: voces são excelentes jogadores, mas gostaria que fossem também excelentes pessoas... sorriram... mas não sei se perceberam a mensagem. Um deles respondeu: ó stôra, o futebol é um jogo para Homens... eu percebi o que ele me disse e fiquei sinceramente preocupada sobre o tipo de sociedade que estamos a criar... mas isto sou eu que estou numa fase de despropósito actual relativamente aos valores e príncipios morais.
Tuesday, April 24, 2007
o previlégio é meu...
há precisamente 10 anos, a minha vida entrava numa nova e fascinante fase. O Pedro estava nos meus braços, muito pequenino, tao indefeso, tao meu filho... aquele momento do primeiro encontro visual será sempre recordado como se fosse presente. A maternidade é mesmo uma nova porta que se abre na nossa vida, porque de repente nascem e pronto. Tudo muda nesse preciso instante.
Passou-se uma década, tao plena, tão repleta de inúmeras e intermináveis histórias e recordações dessa caminhada entre a mãe e o filho.
De repente o meu tempo passou a ter o ritmo de crescimento do Pedro. Os primeiros meses são rapidissimos, porque o crescimento é vertiginoso. Agora sinto que os ritmos de tempo de cada um estão mais próximos.
Pela décima vez, reunimos o grupinho (cada vez mais selectivo) de amiguinhos e coleguinhas do Pedro, curiosamente sempre muito equilibrado em género feminino e masculino (da sua própria responsabilidade) para uma tarde de brincadeiras e um pleno desfrutar da energia própria das crianças desta idade. «ó mãe, eu ja sou pré-adoslescente, nao é?»... os meus olhos brilham e o sorriso orgulhoso invade-me o ego nestas alturas...
Observo-os a todos, ao pormenor. As expressões, as brincadeiras, a forma como se deslocam e as destrezas, as interacções... que riqueza! que exuberância tão comodida e subtilmente expressa no conjunto individual de cada um...
Guardo dez anos de momentos únicos, conquistas passo a passo, sustos, inquietações, alegrias, prazeres, lágrimas, sorrisos, expressões, fúrias, mimos, etc, etc, etc, do Pedro. Aquele ser que foi gerado dentro de mim, tão ele próprio, com tantas coisas minhas, do pai e demais familiares, meu filho, pois... o previlégio é meu. Fico grata á Força da Criação por mo ter concedido...
Passou-se uma década, tao plena, tão repleta de inúmeras e intermináveis histórias e recordações dessa caminhada entre a mãe e o filho.
De repente o meu tempo passou a ter o ritmo de crescimento do Pedro. Os primeiros meses são rapidissimos, porque o crescimento é vertiginoso. Agora sinto que os ritmos de tempo de cada um estão mais próximos.
Pela décima vez, reunimos o grupinho (cada vez mais selectivo) de amiguinhos e coleguinhas do Pedro, curiosamente sempre muito equilibrado em género feminino e masculino (da sua própria responsabilidade) para uma tarde de brincadeiras e um pleno desfrutar da energia própria das crianças desta idade. «ó mãe, eu ja sou pré-adoslescente, nao é?»... os meus olhos brilham e o sorriso orgulhoso invade-me o ego nestas alturas...
Observo-os a todos, ao pormenor. As expressões, as brincadeiras, a forma como se deslocam e as destrezas, as interacções... que riqueza! que exuberância tão comodida e subtilmente expressa no conjunto individual de cada um...
Guardo dez anos de momentos únicos, conquistas passo a passo, sustos, inquietações, alegrias, prazeres, lágrimas, sorrisos, expressões, fúrias, mimos, etc, etc, etc, do Pedro. Aquele ser que foi gerado dentro de mim, tão ele próprio, com tantas coisas minhas, do pai e demais familiares, meu filho, pois... o previlégio é meu. Fico grata á Força da Criação por mo ter concedido...
Saturday, April 7, 2007
palavras vãs...

sempre estive muito presente na natureza, sempre tive animais... mas a experiencia que tenho passado com estes cavalos são inexplicáveis!
conhecê-los ajudou-me a conhecer-me...
nunca comuniquei tanto pelo olhar, pelo sentir, pelo simples observar...
não é necessário que os animais falem a mesma linguagem que nós... as palavras tornam-se vãs na comunicação com os animais. Afinal, somos nos, humanos, que aprendemos a linguagem dos animais... pelo olhar, pela forma como nos movimentamos ou pela atitude que apresentamos...e claro, pelo sentimento que nos inunda a alma... esse nao se vê... mas sente-se plenamente...
descobri a etologia... que, sem saber, ja fazia parte das minhas vivências em criança... trata-se de reviver o mais puro que ha em nós, humanos... para chegarmos à linguagem dos animais, simples, pura, transparente!
Sunday, April 1, 2007
Arte. Paixão. Engenho.

sinto-me previligiada por poder sentir a linguagem dos animais como minha linguagem também... admiro esses seres simples, nobres, puros nos seus sentimentos, generosos... admiráveis bestas!
O meu Mestre de equitação, D. José de Atayde, que me lançou nos primeiros passos da arte equestre disse-me uma vez: « se Deus montasse o cavalo nao precisava de ser ensinado, pois as ajudas seriam tão perfeitas que o cavalo entenderia na perfeição o que lhe era pedido», e esta foi a grande chave que me revelou nesta arte, que requer acima de tudo, uma sensibilidade extrema no sentido de perceber o que o cavalo nos dá e nos pede, para, desta forma, lhe pedirmos de uma forma justa e equilibrada os movimentos na sua naturalidade e amplitude muito próximas da perfeição.. é claro que só entende isto que escrevo quem sente a equitação como uma arte. Dizia-me um amigo meu, cavaleiro, que o saudoso Mestre Nuno Oliveira, nao fazia hipismo (modalidade desportiva) mas sim arte equestre, porque esta nao podia ser planeada, tinha que ser sentida no momento. Pura verdade... para alguns, naturalmente.
Estou no príncipio de uma caminhada, e nao sei para onde vou... mas sei ao que vou. Caminho ao encontro da mais profunda forma de sentir a vida. Arte, Paixão, Engenho. Foram as palavras que me ocorreram depois de uma feliz aula com o meu Mestre, no dorso do venerável Conde, um cavalo de vinte e tais anos, com muito ensino, branco, generoso, que me deu as primeiras sensações de cavaleira.
Arte. Paixão. Engenho. É como definiria eu, aprendiz de equitação, esta arte... Arte pela sensibilidade que nos desenvolve. Paixão pelo sentimento que se cria por tanta nobreza de animal. Engenho pela besta de potencia e harmonia que é o cavalo.
Saturday, March 31, 2007
tempo, coisas simples e força de viver

pergunto eu porque ha descriminações no exercício das mais diversas profissões... afinal nao serão todas necessárias, tendo por isso mesmo sido criadas. Sinto que este problema se deve a uma questão cultural que remonta ao vazio dos interiores das almas.. senão, veja-se, porque um varredor de ruas será menos pessoa que um professor ou um médico? São ambos necessários, cada um com a sua função na comunidade, sendo que na comunidade todos deveriamos contribuir para um espaço comum mais agradável e socialmente funcional. Recordo quando, a propósito de respeito, uma colega minha de profissão comentava que os professores deviam voltar a usar uma bata, «porque isso marca logo a distância»... não lho disse (porque percebi que nao entenderia), mas pensei imediatamente que a bata só serve para impor respeito a quem não o têm interiormente. Ora aqui está uma noção completamente falsa (no meu entender) de valorização profissional, valemos pela aparência (e nao pela competência). Tal como noutras áreas da existência humana, o respeito conquista-se pela soma de méritos, e nao por uma bata ou qualquer outro acessório.. e muito menos se aparente...
Em pleno século XXI, ainda nos confrontamos com este tipo de problemas (básicos), a questão da valorização e dignidade pessoal... Nas culturas do nosso velho continente europeu isto ainda está mais profundamente enraízado ( o que para mim é suficiente para pôr em causa o sentido da evolução e progresso da civilização europeia que tantas culturas aniquilou em nome do dito progresso e civilização... está certo.. também se fizeram grandes progressos nomeadamente ao nível das tecnologias.. concordo! Mas questiono: em que sentido?!?)
Optei conscientemente por um modo de vida associado ao total desprendimento material, ao enriquecimento da alma pelo nada possuir, pelo nada saber, pelo nada querer... no entanto, não desperdiço nada do que me venha parar em mãos, tudo quero aprender, nem, tão pouco, desperdiço nenhuma oportunidade na vida... a diferença consiste no apreender o que se me depara, ao invés de procurar cegamente o que não sei... Também acredito que parece estranho e possivelmente contraditório, mas não o é, de facto!
Desta forma, dispenso aparências e conquistas menos enriquecedoras da alma... e quando dou aulas aos meus alunos procuro, na prática constante, proporcionar-lhes esta atitude, que sei, entenderem melhor e mais fácilmente que muitos adultos viciados no progresso e na civilização.
A minha maior riqueza é a sabedoria na humildade. O meu maior bem é o tempo para apreender as coisas simples da vida. A minha maior conquista é a força de viver.
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