Friday, March 9, 2012

primaveras

não posso evitar admitir que há diferenças significativas no dia em que entro na minha 45ª primavera, o que, se por um lado me deixa contente, fruto de toda uma evolução, por outro me deixa um pouco apreensiva, o futuro é sempre uma incógnita.
sempre achei que a idade é um estatuto espelhados pela experiência, sabedoria, sensatez, entre outras virtudes do género. Continuo a achar o mesmo.
já percebi que o «erro» faz naturalmente parte da nossa vida como instrumento de aprendizagem.
dizia-me um professor da faculdade ( um autêntico «old man from the sea») que na sua vida tinha um saco enorme de erros e asneiras da vida, mas tinha também um saco pequenino de coisas muito boas, e era esse o mais importante para si. Concordei de imediato e mantenho.
acho que posso dizer que me sinto bem, se tiver que fazer um autobalanço.
vou fazendo pequenas conquistas, que me dão um grande sentimento de concretização.
há sempre um sem fim de ambições por conquistar.
quando tiver muitas certezas, fico inquieta.
quando sentir tudo calmo, aproveito para inspirar e ganhar balanço.
quando tenho terreno para avançar, invisto com tudo o que tenho.
tenho esta vida. Podia ter outra qualquer. Ficaria igualmente feliz se o meu meu investimento não fosse em vão.
nunca lutei por nada em especial, porque quero tudo.
aprendi a ver o que se me apresenta, e daí retirar o máximo.
não desperdiço pitada.
não choro (muito) pelo que perdi.
daqui a outras primaveras, continuarei a fazer autobalanços.

Monday, February 27, 2012

eu acredito que pode existir um mundo melhor...

se vivessemos de acordo com os príncipios cristãos ( ou de algumas outras religiões), acredito que podia existir um mundo melhor e, quiçá, perfeito. Isto tão somente implicava que fossemos mais exigentes connosco próprios e menos críticos com os outros, que soubéssemos perdoar com mais facilidade que apurar culpas, que nos preocupássemos mais com os outros que com as nossas próprias necessidades, que fossemos os primeiros a empreender esforços em vez de ficarmos à espera que alguém faça algo, que fizéssemos exames de consciência constantemente para sabermos que o que fazemos é bom mas podemos sempre fazer mais, que fossemos mais tolerantes com os erros e aprendessemos a nos arrepender para que não os repetíssemos, que o amor fraterno ( i.e. o amor de irmão para irmão) prevalecesse em relação a outros sentimentos quaisquer, que fossemos os primeiros a pedir desculpa porque nos enganámos a ajuizar, que a palavra não fosse utilizada em vão e fosse o espelho da nossa alma...
entre outras tantas coisas...
parece-me que se vivermos numa proximidade íntima com a natureza ( ou o que resta dela) estes sentimentos e ações são mais oportunos e enquadrados. Encontramo-nos.
são duas velocidades distintas e diametralmente opostas... há que ter conhecimento disso e fazer opções!
de resto, é preciso saber ouvir, ver e sentir o que não se vê e que está tão à vista... acredito que os animais têm estas capacidades, e por isso quem consegue comunicar com os animais presumivelmente também as terá, ou, pelo menos, terá a capacidade de as aprender e/ou desenvolver.

Tuesday, November 8, 2011



por falar em fotos, estive a ver fotos de há uns ( alguns...) anos... já nem me lembrava...

lua cheia

ontem estava quase lua cheia... e a verdade é que a lua cheia ilumina tudo à nossa volta, mas não só, acho que me ilumina também a alma... tive o privilégio de fazer uma das coisas que mais gosto: tive 3 aulas, cada uma com os meus amiguinhos cavalos.
é de facto um grande privilégio.
os cavalos, a luz, as sombras... parece um mundo fantástico.
hoje, tive outro privilégio: tive uma aula e a seguir fui até aos montes, desta vez, com chuvinha suave... outras cores... mas que cores...
não tenho nenhuma foto, vai ter que ficar tudo na memória...
por isso é que às vezes estou a olhar no vazio.. e sorrio...

Monday, August 22, 2011

os pais e as mães nunca morrem

esta mensagem está fora do tempo, mas já a tinha formalizado no meu pensamento, quando recebi a noticia da morte da mãe do meu grande amigo. Apesar de estarmos todos à espera deste momento, é sempre dificil. Depois da reacção normal de tristeza profunda e inevitáveis lágrimas, ocorre-me o pensamento de que os pais e as mães nunca morrem.
Nunca morrem porque continuam de geração em geração, num caminho de aperfeiçoamento, eu diria.
Foi o que senti também quando o meu pai morreu.
No fundo é passar um testemunho, é continuar um projecto, um ideal... e isso nunca morre, da mesma maneira que as ideias nunca morrem...
Hoje em dia, eventualmente, é mais fácil perderem-se algumas ideias, porque os pais e as mães estão cada vez mais independentes, isto é, pouco ligados, pouco afectos, e a continuidade será mais dificil, não sei...
Parece-me que quando somos criados não é somente a cor dos olhos, do cabelo, etc, que herdamos nos genes dos nossos pai e mãe. A personalidade também vem dos nossos antepassados, e acredito que também os comportamentos sejam herdados.
Acontece imensas vezes ver o meu filho com comportamentos iguaizinhos ao pai, mesmo sem estarmos todos juntos, é de facto impressionante!
Por isso, eu acho que vale a pena aproveitar todo o investimento dos nossos antepassados, de gerações e gerações lá para trás no tempo, e continuar esse projecto, esse ideal.
Foi por isso que eu agarrei este projecto do meu pai.
É por isso que eu digo que os pais e as mães nunca morrem. Este é o sentido da eternidade!
E a esta mãe, que não foi minha mãe de sangue, mas foi também mãe de grande amizade, eu agarro alguns ideais que partilhamos, e que continuam no meu filho...
Ficam as boas e tantas memórias das expressões...dos sorrisos...da amizade.
saudades...

férias...

este ano percebi que o momento de férias, ou seja, uma paragem absoluta no ritmo da rotina diária predominante na nossa vida, é realmente importante e imprescindivel. Eu diria que tão imprescindivel como o sono no ciclo de tempo das 24 horas. Neste caso, as férias no período de tempo dos 365 dias ( ou outro para pessoas muitissimo sortudas...).
Dediquei-me a descansar fazendo as coisas que mais gosto, e somente (dentro do possivel) essas. Desta forma, as outras coisas que não gosto tanto ou até não gosto nada de fazer, até são mais fáceis.
Estou pronta para mais um ano de trabalho! Cheia de energia, ideias, motivação, etc... bem vou precisar hehehehe...
não tenho é fotos nenhumas... roubaram-me o pc e a maquina fotográfica... que ainda estou a pagar... maravilha... tem que ficar de memória! Memória azul!

Sunday, June 19, 2011

cícliclo...

cíclico!!! é tudo cíclico. O tempo passa (ou sentimos que passa) mas repete-se dando a sensação de vivermos em ciclos períodicos de duração (aparentemente) variável que se repetem...
Assim sendo, temos a oportunidade de evoluir, por cada ciclo, acho que é isso que se chama «maturidade».
Este mês que passou foi rico em experiências de vida intensas. Já não digo negtivas, porque aprendi (por causa da teoria anterior do ciclico) que todas as experiências de vida têm algo de positivo/negativo. Mas se nos centrarmos na parte positiva tudo fica diferente, tudo faz sentido.
Fiquei sem computador, fiquei sem os meus registos pessoais e impessoais. Alguém se achou no direito de me retirar as minhas coisas... e eu fiquei sem o meu computador e a minha máquina fotográfica, entre outras coisas... mas estas duas foram mais dificeis de perder, simplesmente porque tinham partes da minha vida... ainda nem estavam pagas, e perdi-as!
Considero-me e esforço-me por me desmaterializar o mais possivel. Alguém me confirmou hoje que estou no rumo certo a esse respeito quando me dizia: as coisas mais importantes da vida não se vêm e não se quantificam... é isso mesmo. Por isso mesmo, perder fosse o que fosse de computador, ou outra coisa qualquer que fizesse parte do meu humilde espólio pessoal, não me devia afectar.
Mas o computador, particularmente, afectou-me, porque tinha a minha vida registada. Eu sempre escrevi, preciso escrever para respirar. Comprovei esse facto com a perda de todos os meus registos. Eis senão, quando me lembro do meu blog! Uau, nem tudo está perdido. Afinal esta tecnologia dá imenso jeito. É bom reencontrar-me, para me lembrar de mim. Menos registos, mais breves, menos intimistas, mas tenho aqui parte do percurso! Fico feliz.